A Universidade é um espaço onde passamos determinado período de nossas vidas. Mas é um espaço que apenas 3% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos tem acesso. E o resto da juventude brasileira onde está? Os recursos do governo destinados ao ensino superior público e gratuito representam míseros 1% do PIB brasileiro. Onde está a prioridade da educação?
Essas são algumas perguntas que escondem a verdadeira face do projeto de expansão das universidades Federais em curso desde 2007. As metas globais do REUNI são elevação da taxa de conclusão para 90%, e a razão professor aluno para 18/1. Traduzindo isso, ao final do programa as Universidades Federais terão praticamente dobrado o número de alunos, com uma redução proporcional do quadro de docentes e servidores. Além disso, a universidade tem passado por um processo de reestruturação curricular, que tem sido orientado pelas demandas de mercado, assim como, a produção científica cada vez mais sucumbi às demandas de mercado. A autonomia da produção científica frente ao Estado e as empresas é condição indispensável para uma universidade comprometida com o povo brasileiro e com a superação da barbárie social que recai sobre a maioria do povo brasileiro.
As fundações de apoio sistematicamente vêm consolidando a privatização do ensino público e gratuito, tão caros ao povo brasileiro. E desgraçadamente, como apontam dados do próprio governo, o irrisório aumento de recursos para as universidades que acompanhou o crescimento econômico do país, representou um maior repasse de verba para as fundações nesses últimos anos.
A autonomia universitária não pode ser entendida formalmente, como o direito de participar de programas do governo ou não, assediados por ínfimos recursos condicionados ao cumprimento de metas, como no caso do REUNI. Defendemos a autonomia universitária onde a universidade possa construir suas ações sociais, políticas, científicas, pedagógicas, culturais, etc. em conjunto com professores, servidores, alunos e a população. Mas para é isso é imprescindível que o governo respeite a Constituição Federal, e assuma seu compromisso com a Universidade brasileira pública, gratuita e de qualidade.
Nesse sentido, o que tem acontecido nos últimos 16 anos, com o advento do neoliberalismo no Brasil, nos governos de FHC e Lula é uma política avassaladora na contramão do projeto histórico de Universidade defendida pelo movimento estudantil brasileiro, pelo ANDES e movimentos sociais do campo e da cidade. A soberania nacional e a emancipação do povo brasileiro não serão garantidas atendendo os interesses do mercado, mas estarão garantidas quando estiverem vinculadas realmente aos interesses do povo brasileiro.
É com esse espírito que resgatamos a frase supracitada de Paracelso. De fato, não passamos um minuto sem nada aprender. Mas o que temos aprendido na Universidade? A que interesses a produção do conhecimento tem servido em nossas Universidades? Queremos fazer um chamado a todos(as) os(as) estudantes que venham conosco responder essas questões, e construir nas lutas uma alternativa para nossas universidades, e resistir aos ataques que a educação vem sofrendo em nosso país, estado e universidade.
Viver não é durar... Viver é mais do que isso! É se enfrentar diariamente com os obstáculos e não esperar acontecer. É construir em cada pôr-do-sol a história da humanidade, onde os sujeitos históricos somos nós e a liberdade seja um princípio e não condição de poucos.
SÓ A LUTA MUDA A VIDA!
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