domingo, novembro 07, 2010

Conjuntura Nacional - Mais quatro anos de governo para os ricos. Mais quatro anos de repressão.


Durante o processo eleitoral, a mídia tentou nos enfiar “goela abaixo” uma dita polarização entre os candidatos a presidência e seus projetos políticos. Mas uma breve análise dos oito anos de governo Lula nos levará a concluir que as diferenças históricas entre o PSDB e o PT tornaram-se na atualidade demasiadamente amenas.
            Lula soube muito bem entrar no jogo do grande capital. Para “salvar” o Brasil da crise econômica, foram injetados milhões de reais em bancos privados e as grandes indústrias foram desoneradas de impostos. Essa manobra do governo, enquanto estimulava os crediários e a produção e consumo de bens duráveis (como carros e tv´s de plasma), jogava a inflação para o alto provocando aumento nos preços, sobretudo dos produtos da cesta básica do brasileiro. Com aplausos de grandes empresários e do FMI, o governo brasileiro praticou nos últimos anos taxas de juros exorbitantes, o que beneficiou especialmente os capitais especulativos internacionais.
            No governo de Lula, cresceram significativamente as exportações, em especial as de gêneros produzidos pelo Agronegócio. Cresceu juntamente também a produção de defensivos e insumos agrícolas. Enquanto isso, para a alegria de empresas como a Monsato, nenhum centavo a mais foi investido na agricultura familiar, a forma de cultivo que garante a produção da maior parte dos gêneros dos quais nos alimentamos. E a tão prometida Reforma Agrária continua no papel.
            No Governo do Partido dos Trabalhadores aumentou em quase 20% o número de brasileiros com mais de um bilhão de reais em ativos financeiros. No governo do Partido dos Trabalhadores aumentou significativamente o número de brasileiros com patrimônio acima de um milhão de reais.  E aos trabalhadores restaram os programas de caráter nitidamente assistencialista e eleitoreiro como  o “Bolsa miséria” e o “Minha casa minha vida”.
            Em síntese, o governo de Lula, tal qual o do seu antecessor Fernando Henrique, foi  planejado e direcionado para atender os interesses das elites econômicas do país. A diferença é que o ex-operário soube conjugar a política macroeconômica liberal com uma política social assistencialista centrada na luta contra a extrema pobreza. Assim, ao conseguir dar estabilidade econômica ao país e conseguir silenciar as classes populares e grande parte dos movimentos sociais, Lula passou a ser considerado por Wall Street um dos maiores presidentes da história brasileira.
            Dilma promete dar continuidade ao projeto de seu antecessor e criador, ou seja, faz publicamente o compromisso de continuar governando para os ricos.
            Em Goiás a situação apresenta-se ainda mais preocupante. Assistimos ao retorno de um governo que não só manterá os privilégios e o status quo das classes dominantes, como ainda tem o histórico de criminalizar a pobreza e os movimentos sociais. Marconi Perillo traz em sua caravana os grandes proprietários de terra do estado (como Ronaldo Caiado e todo o seu DEM), o rei da especulação imobiliária (Armando Vergílio), além de tudo o que restou das oligarquias mais conservadoras do estado. Marconi gastou milhões de reais em propaganda em seu governo, é investigado por receber propina de frigoríficos e por financiar equipe de automobilismo nos Estados Unidos com dinheiro público.

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