Marconi Perillo e a UFG: verdades que incomodam
“Apesar de você amanhã há de ser outro dia”
Mais uma eleição para governador e Marconi Perillo (PSDB) foi eleito para seu terceiro mandato. Porém, o candidato não ganhou em Goiânia e tão pouco teve grande aceitação dentro da Comunidade Universitária na UFG, como pôde se observar durante as eleições. Já começou mal ao se negar a participar do debate organizado por professores, técnicos e estudantes (DCE) durante as eleições de 2010.( Bem como Íris Rezende da coligação PMDB-PT-PC do B).
A rejeição da comunidade universitária a Marconi Perillo é de longa data. O tucano conseguiu a façanha de ser a única pessoa a ter contestada (arregimentando votos contrários e muito barulho) a entrega de Título Doutor Honoris Causa, proposta pela então reitora Milca Severino (futura Secretária de Educação do Governo Alcides Rodrigues).
Podemos nos perguntar (ironicamente), por que tamanho rancor e deselegância da Comunidade Universitária? Vejamos abaixo algumas das lembranças dos Governos de Marconi que podem fazer de tal Título o mais desonroso que a UFG já ofereceu:
· Em 1999, durante as manifestações pelo transporte alternativo, a Polícia Militar efetuou a morte de um perueiro dentro do Campus 2 da UFG
· Em 2002 a polícia invadiu o Campus 2 da UFG e perseguiu estudantes para prender exemplares do livro “Dossiê K” de Jorge Kajuru , que a pedido do Governador na Justiça foi proibido de circular por fazer denúncias contra Marconi
· No ano de 2005 , houve a Invasão truculenta da PM , seguida de mortes, no Parque Oeste Industrial, deixando milhares de pessoas sem moradia. Na época o secretário de segurança publica que autorizou a operação era o atual professor da Faculdade de Direito Jonathas Silva. Também faziam parte desse mesmo Governo os professores da UFG: Vilmar Rocha (Fac. de Direito) e Nasr Chaul ( Fac. de História), que nada disseram acerca de tal brutalidade. O que piora o episódio é o fato de Marconi ao pedir votos para seu candidato a prefeito em 2004 ter prometido aos moradores do local que não autorizaria a entrada da polícia, como podem ver no video : http://www.youtube.com/watch?v=UhNZf6OnWkc&feature=related e no blog do DCE · Em 2002 a UFG perdeu a concessão de TV do Canal 5 para a igreja Ministério Comunidade Cristã ( Atual Igreja Fonte da Vida) , devido à articulação dos senadores da base de Marconi , Senadores Lúcia Vânia e Demóstenes junto ao Governo FHC e o Congresso Nacional, atrasando em alguns anos a implementação da TV UFG.
· Segundo o Jornal “O Popular” em seus dois primeiros Governos vários dos Policiais Militares presos na Operação da Polícia federal “Sexto mandamento” foram promovidos, por reconhecimento aos serviços prestados. Esses mesmos, acusados atualmente de matar inocentes e com denúncias de abuso de autoridade em suas fichas.
· Marconi, é do PSDB, e foi da base de apoio de Fernando Henrique Cardoso, o presidente que operou um desmonte das IFES- Instituições Federais de Ensino, sem concursos públicos para professor, sem verbas e responsável pela extinção dos cargos de limpeza, de copeiro, cozinheiro e motorista nas IFES
· Em seu governo nunca recebeu a reivindicação histórica dos estudantes pelo Passe Livre estudantil, agora em 2010 a apresentou como proposta demagógica de campanha , ignorando que foi Governador por 8 anos e nada fez a respeito .
· Na UEG - Universidade Estadual de Goiás nunca realizou concurso para técnicos –administrativos, deixou o investimento em pesquisa ao sabor das preferências do mundo empresarial e devido à falta de recursos e políticas direcionadas raramente a UEG teve condições para envolvimento em extensão. Para piorar, recentemente foi classificada como uma das piores Universidades do país, refletindo a falta de investimento dos últimos 12 anos de “Tempo Novo”.
Atualmente Marconi tenta implementar um “ Estado Mínimo” em Goiás, porém este é reduzido só para os trabalhadores, pois é máximo para a iniciativa privada. Marconi fala em privatizar a IQUEGO - Indústria Química de Goiás que tem potencial para produzir remédios para os que mais necessitam. Tudo indica que o compromisso de Marconi é com as grandes Indústrias Farmacêuticas que não tem interesse em uma indústria pública de remédios.
Para além da política do “ tapinha nas costas” não há como apagar a história de Marconi e seus aliados ( Muitos de dentro da UFG) com a Universidade Pública, com os estudantes dessa universidade e com os movimentos sociais .
Pergunte no seu curso, qual foi a posição do seu departamento na votação do Título de Doutor Honoris Causa a Marconi Perillo, qual o voto dos professores, técnicos e estudantes da época no Conselho Diretor e no Conselho Universitário.
O Movimento Estudantil, ao lado dos movimentos sociais do campo, da cidade, da extensão popular, todos unidos, estaremos de pé para lutar contra esses desmandos e sempre prontos para relembrar tais verdades inconvenientes .